sexta-feira, 27 de maio de 2016

Sobre o vomitaço como ferramenta política e participativa

Fábio Malini. 
Duas coisas novas no repertório virtual dos movimentos brasileiros. 1) O #Vomitaço, esse dispositivo de slackativismo (ativismo de sofá) que paralisa qualquer forma de peleguismo em páginas de Facebook. Indicador de insatisfação, o #Vomitaço se tornou uma espécie de vacina contra o "comentarista de portal", com suas trolagens estúpidas, porque o #vomitaço inviabiliza que os radicais de direita ganhem platéia online. O #Vomitaço virou uma anti-plateia, um selo da "reação negativa" no Facebook. Seca qualquer possibilidade de existência de audiência e, assim, bloqueia a influência de uma página no Facebook. O Vomitaço é assim uma máquina redutora de influência a partir de uma ação de excesso de atenção inóspita a uma página.  2) A caneta desmanipuladora, ou seja, esse cibermovimento de retitular, à mão, as machetes de capa de jornal impresso. Esse remix  ataca o coração da indústria de notícia: a possibilidade de agendar a sociedade, reinterpretando os fatos sociais. A "desmanipulação" completa o largo ciclo de queda de credibilidade, do número de leitor e de vendas da imprensa de papel, demonstrando que o "pacto de Jucá" também desnudou todo esforço de certos grupos midiáticos (e de jornalistas pagos por estes) de ocultar a verdade (o golpe) para afirmar intere$$es corporativos (o apoio ao governo conservador). Em paralelo a tudo isso, segue, no mundo real, a multiplicação de atos, ocupações, paralisações, bloqueios de rua, greves, que demonstram que o #Vomitaço também está nas ruas.

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