domingo, 19 de junho de 2016



COMUNICAÇÃO E PERIFERIA
Equipe: Elane Teixeira, Franciele Silva e Sinara Muriel.

O conceito de periferia refere-se àquilo que rodeia um determinado centro, como uma zona, um contorno ou um perímetro. São basicamente os arredores. Atualmente ganhou um sentido perjorativo por estar associada à ao valor político e socioeconômico vinculado ao termo, sendo assim, relaciona-se periferia à pobreza, desprestígio e invisibilidade. Por isso, os grupos sociais que habitam os espaços periféricos são tidos como “minoritários”. Por esse e outros motivos, esses grupos pertencem aos grupos contra-hegemônicos que, muitas vezes, são destituídos de seus direitos e passam a buscar alternativas para ganhar que se reconheça os seus direitos de voz e representatividade em relação a políticas públicas e visibilidade midiática.
Vemos hoje no Brasil a presença da mídia hegemônica e concentrada, não há diversidade regional. A “realidade” transmitida pelas principais emissoras geralmente é um retrato do Sul e Sudeste e a via de regra para se apresentar as regiões Norte e Nordeste é a estereotipação. Para haver democratização da mídia é necessário que as diversas realidades sociais sejam apresentadas, as pessoas que as vivem devem se sentir representadas. Mesmo numa dimensão menor, quando nos referimos apenas a métropoles e capitais brasileiras, a periferia ainda é relegada a um papel de espetacularização, só aparece na mídia a violência que ocorre ou então o que se considera “exótico” e isso também é uma forma de invisibilizar. Dentro desse contexto qual seria o espaço para a Comunicação Periférica e que papel ela desempenha? Por meio das mídias alternativas como o rádio e a internet, pessoas dessas regiões invisibilizadas conseguem produzir conteúdo e emitir sua realidade da forma como eles vivenciam e não da forma como a grande mídia sempre a retrata. Como o caso do jovem, morador do Bairro de Sussuarana na cidade de Salvador, chamado Enderson que, junto com mais dois amigos, resolveu mostrar o que as grandes mídias não mostram e não acham interessante. Apresentando roteiros não convencionais de visita na comunidade, longe de qualquer roteiro turístico da capital baiana, buscou retratar os pontos positivos bem como o cotidiano do bairro, por exemplo, as crianças empinando pipa na rua. O principal objetivo deles foi fugir de notícias mostradas nos cadernos policiais, telejornais e páginas na internet que sobrevivem do sensacionalismo. A página no facebook chamada Midia Periférica ganhou repercussão mundial pelo diferencial de ter atores sociais, indivíduos que representam suas comunidades no contexto social em que estão inseridos (que normalmente é de exclusão), relatando sua realidade e fortalecendo a  comunidade que representam.


Enderson Araújo, criador do Mídia Periférica, quer mostrar que a comunidade onde mora é também lugar de beleza e cultura (Foto: Divulgação)


Além dele, muitos outros jovens estão buscando espaço na sociedade e através da internet estão levando sua cultura e sua arte para vários lugares do mundo. É valido ressaltar que esses são apenas alguns exemplos de como na periferia existem pessoas procurando por oportunidades e espaço para demonstrar que mesmo na ausência de apoio estrutural, do governo ou das grandes mídias, são engajados e desejam ser agentes de mudança tanto do retrato de sua própria realidade como a do Brasil. Mas esse é só o começo de uma luta para que a democratização da mídia aconteça. É preciso que o governo e as grandes cadeias midiáticas façam sua parte para visibilizar tais revoluções que começam online, mas que tem potencial para se tornar algo muito maior.


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